terça-feira, setembro 25

PODAS DA DISCÓRDIA!


Através de nossa perspectiva não podia ser mais canhestra, inadequada e fora de hora a poda das árvores de Pouso Alegre. Sabemos quais são os argumentos da prefeitura, mas eles se sustentam no desprezo aos mais básicos princípios de relação com as árvores no século vinte e um. Alinhamos alguns argumentos, não em sequência de importância, uma vez que dependendo do olhar, um antecede o outro. Senão vejamos:
Foi atrasado o surgimento de uma infindável quantia de sementes, que verteriam dessas árvores, matando a fome de pássaros e seus filhotes. Faltou inteligência aos administradores da cidade, ao ordenarem a poda radical e não a poda de controle e direcionamento, quando a cidade precisa de sombra, oxigênio e filtro dos poluentes aéreos, exatamente no pico da seca (felizmente a chuva se antecipou à entrada oficial da primavera). Faltou senso estético quando podaram radicalmente essas árvores; um louco desvairado pode achar que a cidade permanece bela, ou que o cidadão gosta destes seres feéricos, descarnados, com seus braços desfolhados e erguidos para o céu (talvez pedindo por clemência ou que alguém explique a violência pela qual passam). 
A administração da cidade passa atestado de burrice estética, insensibilidade à vida e mesmo de violência social, pois sequer perguntou aos moradores sua opinião sobre essa poda atroz. Violência do poder, aliás, algo com o qual não podemos nos acostumar, senão será uma ditadura branca, onde ao cidadão não é permitido opinar sobre sua própria cidade. O argumento deste despotismo é que nós os colocamos lá para que nos representem, mas, a população não se sente de jeito nenhum representada nesta história das podas. Liste-se, também, a insensibilidade da prefeitura que pensa as árvores como mero adereço da cidade, atestado de burrice ecológica; como pensam que o ar vai melhorar com nossas árvores sem folhas?

Algumas sugestões:
As podas, nos casos em que são necessárias, devem ser de controle e direcionamento, com isso, preservando os galhos que não atrapalham o trânsito de automóveis e caminhões. Sugerimos também que o prefeito ou seus comandados, perguntem a qualquer dona ou dono de casa, como eles fazem jardinagem, uma vez que eles fazem isso por uma vida e têm experiência para orientar cuidados com as plantas de sua cidade. Os senhores administradores vão se surpreender com suas ideias. Sugerimos ainda que o prefeito desfilie da lista de partidos coligados o PV (Partido Verde), pois esses "verdes" estão acinzentando a cidade, já que não têm a menor ideia do que seja uma cidade sustentável. Por exemplo, nada sabem de árvores, nem nunca ouviram falar para que servem, uma vez que não intervêm, sugerindo outro trato com as infelizes vidas verdes. Não fosse assim, como permitiriam, ano após ano, essa sanha destruidora? Tiveram quatro invernos e quatro primaveras para observar os resultados desta prática insensata e, pelo daltonismo político por meio do qual vêem a cidade, jamais disseram palavras ao prefeito.
Na possibilidade do PV ter dito algo a respeito deste mau trato à natureza, e não terem sido atendidos, resta saber se prezam mais os cargos e salários, que suas supostas convicções políticas. Há a possibilidade de serem apenas paus-mandados e não deveriam se apresentar como parceiros do PT, como co-participantes do poder.
Quando falamos em "administração", "prefeitura", "PV", "PT", só deixamos as palavras sem os nomes próprios por traz delas, por respeito às eleições que se aproximam. Mas os nomes existem e têm corpo. Sabemos exatamente os cidadãos que lá estão, e traindo a confiança do eleitorado. É só procurar os órgãos competentes e temos os nomes destes irresponsáveis que insistem por se apresentar como administradores da cidade, sem a humildade de consultar o cidadão sobre suas opiniões e experiências.
Foto: vista da janela de meu consultório (25.09.12)

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