terça-feira, junho 30

Os pontos de vista da Índia!

Conceitos indianos mais comuns (texto escrito para os cursos de Terapêutica Samkhya 1990-2000 - inédito)

Apresentação

Essa obra foi escrita na forma de um dicionário comentado, com temas da medicina, filosofia e psicologia indiana. Minha busca primeira, nesse empreendimento, foi o de realizar uma comparação entre os vários sistemas filosóficos indianos e com isso promover maior intimidade com a matéria exposta em cada verbete.
O objetivo secundário, porém mais ousado e importante foi, explicitamente, o de construir metáforas para colaborar com conceitos psicológicos ocidentais que fundamentam as teorias psicanalíticas e existenciais, já consagradas e utilizadas em psicoterapia e análise existencial. Provavelmente terapeutas de várias filiações teóricas poderão utilizar os conceitos aqui levantados, mesmo que um dia eles tenham sido especificamente objeto de estudos dos cursos para formação de terapeutas Samkhya, no Ashram de Levi Leonel (1990-2003). Na época utilizei-me de um conceito organísmico de ser humano para fazer adaptações do pensamento indiano ao meu projeto de trabalho, publicado como Terapêutica Samkhya – TS, no início dos anos noventa e depois uma parte em livro (Energia Vital, Ed. Roka, 1999).
Inicialmente apenas os alunos de cursos livres de terapias psicológicas e psicocorporais criados por mim, utilizaram tais metáforas e teorias. O ensino livre destas idéias teve sustento na convicção de que outros profissionais e leigos também poderiam manipular tais conceitos para proveito próprio, tanto no crescimento pessoal, quanto profissional. Foi assim que surgiram grupos de terapeutas Samkhya e analistas leigos com grande poder de interpretação das vivências de seus clientes, bem como uma legião de clientes e estudantes independentes1, que quase formaram um movimento, não fora minha obstinação em manter a TS dentro dos limites do atendimento terapêutico.
Assim, ao iniciar a leitura de uma palavra e seus significados, a primeira expressão será uma aproximação o mais literal e exata da palavra transliterada do sânscrito para o português. Logo em seguida ela é usada em um ou mais contextos doutrinários indianos, dando a você os meios para entender suas relações com o conceito organísmico2de pessoa, bem como entre os pontos de vistas indianos antagônicos. Não raro perceberá que me dirijo especialmente aos conhecedores mais íntimos de minha trajetória, uma vez que, inicialmente, o texto fora redigido para eles.

Prefácio

Por anos produzi textos com o objetivo de auxiliar curiosos apaixonados ou pesquisadores profissionais da psicologia, filosofia, antropologia, sociologia e terapeutas influenciados pelas filosofias indiana, a desenvolver uma visão ampla e crítica dos vários conceitos advindos das filosofias indianas. Sempre soube que diferentes grupos usam o mesmo termo para significar coisas diferentes e isso coloca-os estudantes em sérias dificuldades para expressarem-se usando tais termos.
Quando se aborda um nova teoria de trabalho, filosofia, visão de homem ou tradição cultural é necessário pensá-la por meio de um thesaurus – um vocabulário onde palavras já conhecidas por nós são evocadas em sua nova significação. Com essa nova “energia” cada palavra poderá ser muito melhor contextualizada, evitando-se as situações onde uma expressão nada ou pouco tem a ver com o conteúdo de uma afirmação. Imagine quando isso se refere a outra língua. Essa dificuldade multiplica-se; é com essa determinação que proponho uma releitura das principais palavras-conceitos utilizadas pelos terapeutas holísticos, pelos psicólogos e até mesmo por profissionais especializados em tradições indianas. Fico escusado aqui de pertencer ao mundo ocidental e fazer uma leitura crítica do sentimento indiano sobre o que é o viver e não poderia ser diferente, uma vez que meu pensar é inextricavelmente embebido em fontes ocidentais, ainda mais na condição de psicólogo e linguista.
Nesse afã é imperioso que se saiba o mais exatamente possível o que significa cada palavra das mais usuais, quais seus limites e quais suas implicações. Por isso você encontrará aqui palavras usadas por adeptos do Vedanta, Vaisheshika, Purva mimansa, Niaya, Samkhya e Yôga (os seis pontos de vista indianos) grafadas e pronunciadas exatamente do mesmo jeito, no mesmo contexto e sobre o mesmo objeto, mas com significados diferentes, porque seus usuários têm formações culturais díspares.
Fica bem claro que a formação cultural, com suas facetas, familiares, religiosas e morais é que determina o uso de uma palavra para um certo resultado dentro da consciência do ouvinte. Tomemos como exemplo, a palavra kundaliní, que literalmente significa “a enroscada”; ela é usada para representar uma força espiritual, divina, estabelecida dentro do corpo, em lugares mais ou menos variáveis. Claro está que se trata de um grupo espiritualista, que acredita em um Deus e em uma força divina que pode ser localizada em geral na base da coluna. Para outros grupos ela é apenas uma misteriosa força nervosa utilizada para promover saúde e expansão das percepções humanas para limites desconhecidos. Trata-se de uma visão materialista da kundaliní, própria para adeptos do Samkhya de Kápila e linhagens de Yôga advindos dos povos indianos dravídicos, pré-clássicos, autóctones – em contraposição aos adeptos espiritualistas. Diga-se de passagem que a materialidade da kundaliní, sob o ponto de vista Samkhya e Tântrico, é muito útil para uma visão organísmica de ser humano. Este é um exemplo de como seriam tratados os conceitos mais utilizados na Índia, bem como as adaptações necessárias para se entender o que é uma terapia organísmica.

Como ler essa obra
Ao ler os textos, você encontrará palavras transliteradas do sânscrito em itálico; isso se refere a palavras que se encontram melhor explicadas abaixo de um título específico para elas, ampliando os usos do termo.
Além disso insisti na transliteração, grafando as letras com os sons usuais em inglês, para em seguida apresentar o som em termos de fonemas do português do Brasil, que, aliás, é uma língua aparentada com o sânscrito. Atente bem para as letras que se seguem e sua pronúncia aproximada.
a = pronúncia de a em cama
á = pronúncia de á em ágata
e = pronúncia de é em terna/ é em fera
i = pronúncia de i em dizer
í = pronúncia de í em sílaba
u = pronúncia de u em intruso
ú = pronúncia de ú em túnel
r = pronúncia de r em forte e porta
l = pronúncia de l em leveza
ai = pronúncia de ai em taipa
au = pronúncia de au em nau
o = pronúncia de o em soma
ka = pronúncia de ca em casa
ga = pronúncia de ga em gado
na = pronúncia de na em navio
cha = pronúncia de tcha em tchau
ja = pronúncia de dja em Djavan
nh = pronúncia de nh em estranho
ya = pronúncia de ia em chiado
Ra = pronúncia de ra em aranha
Sha = pronúncia de xa em faixa
ha = pronúncia de ha em horse (inglês)
Pronúncias aproximadas de sons mais complexos: kha(krrá), gha(grrá), cha(tchá), jha(djrrá), tha(trrá), dha(drrá), pha(prrá), bha(brrá). Além disso, teremos as seguintes aproximações: ta(tá), da(dá), na, la, sa, falando-se apoiando a língua logo na raiz dos dentes anteriores superiores, perto do céu da boca.

Quanto a pronúncia e o uso do sânscrito nesta obra
Em geral as pessoas simpatizam-se imediatamente pelo som das palavras em sânscrito que permeiam a literatura indiana e as lêem sem maiores resistências, mesmo que cometendo alguma gafe na pronúncia. Tais expressões reforçam a aura mitológica da Índia, transportando o leitor para a atmosfera dos ashrams dos mestres, do solo daquele país, da cultura de seu povo. Isso parece o bastante para que a maior parte dos interessados nas filosofias indianas conviva muito bem com os sons dessa língua morta, usada apenas para a comunicação de conceitos e técnicas reservadas ou secretas, ou ainda nos colóquios de eruditos orientais e nas teses de pesquisadores ocidentais. Daí que palavras como karman, dharma, kundaliní, yôga, ahimsá, ánanda, nirvána, prána, chakra, áshram, mantra, deva, hatha, mahárája, mahátma, mudrá, mandala, máyá, samádhi, Rishi ou rsh, shakti, guru, tantra e mais uma dezena de outras menos conhecidas já fazem parte do dia a dia de milhares de leitores, admiradores e praticantes das artes medicinais e filosóficas indianas.
Há, no entanto, uma minoria que resiste em expressar-se com as palavras desta egrégora sob o argumento de que são difíceis na pronúncia, no entanto estes mesmos buscam aprender o inglês e o espanhol que são tão difíceis quanto o sânscrito; eu contra argumentaria dizendo que o sânscrito é muito próximo do português por pertencer a um tronco lingüístico semelhante senão o mesmo. Àqueles que acham desnecessário seu uso devido ao fato de desmerecerem a língua portuguesa, eu diria que, pelo contrário, enriquecem sua cultura lingüística tal como o inglês e o espanhol o fazem enquanto usados como apoio para certas expressões portuguesas. Lembre-se que nossa língua é composta com expressões gregas, latinas, árabes e mesmo o japonês; dezenas de idiomas contribuíram com sua edificação.
Acima de tudo gostaria de reiterar que todas as atividades organizadas expressam-se com palavras bastante diferentes do cotidiano das pessoas. Elas o fazem para preservar sua identidade, manter a aura própria a seus desígnios e objetivos. Sem uma escrita e uma fala diferenciada tais artes seriam sem alma, tornar-se-iam “mornas” faltando “paladar”. A bem da verdade as pessoas, das mais eruditas às menos instruídas, usam palavras especiais para se comunicarem com interlocutores especializados, mesmo que estes usem um vocabulário “difícil”. Tais expressões especiais são especialmente importantes se você pretende penetrar as sutilezas da alma daquele grupo. Veja o exemplo de três profissões comuns, apenas para ilustrar a idéia: a Psicanálise, que usa termos tais como inconsciente, id, ego, superego, eros, tanatos, apoio, consciente etc., termos que de jeito nenhum são estranhos ao leigo e estes até mesmo usam-nos, é verdade que sem atinar com as implicações mais profundas de seus significados; o mesmo se dá com o Direito que usa termos latinos como sumula, usucapião, preempção, preceito cominatório etc. ou ainda o Desenho que se comunica dizendo por exemplo lay-out, rough, carvão, crayon, óleo, nanquim, bico-de-pena, fumeé, esfumado, pontilhismo etc.
Assim, com estas considerações, espero diluir um pouco a resistência ao sânscrito e a timidez em relacionar-se com termos técnicos e filosóficos que identificam, dão alma, firmam a egrégora, contatam e criam pontes seguras e coloridas entre idéias, grupos e instituições. Fica claro para mim que uma pessoa não consegue se adaptar á identidade de um arte quando não se encontrou com ela. Por outro lado se se sente bem com os sons identificatórios de uma arte específica é por que não se trata mais de mera curiosidade e sim de uma transformação na filosofia de vida. É como se isso selasse uma amizade muito mais profunda com a filosofia que norteia o grupo. Isto visto iniciemos por uma palavra pouco conhecida, mas sempre presente quando se fala em Índia:
Abhyasa (auto-estudo)

Literalmente estudo; estudo assíduo de um assunto de qualquer espécie; conhecimento pleno. No Bramanismo abhyasa (abrriása) é um esforço de conhecimento que será abandonado assim que o estudante tenha realizado seu objetivo. Esforço de praticar o Yôga ou o Samkhya. Repetição de textos ou palavras com o fim de perceber um dado sentimento ou atingir a iluminação espiritual, praticar disciplinas que levam à iluminação da consciência; a repetição é sempre abandonada assim que o estudante atinge estabilidade emocional e a mente acalmada passa a refletir a essência divina na pessoa – sempre nos pontos de vista espirituais da Índia.
Contradizendo aqueles pontos de vista, numa visão organísmica a pessoa só pode sentir aquilo que está preparada para sentir a partir de suas próprias vivências. Ninguém poderá ensinar a outro como sentir seja o que for, se aquele não estiver municiado das vivências que permitam-no responder àquele “ensinamento”. Em outras palavras, podemos dizer que cada pessoa desenvolveu crenças muito pessoais que não cederão simplesmente ao entrar em contato com outro modo de pensar/sentir, especialmente se for através de leituras ou repetições de fórmulas. Suas crenças são arraigadas a partir de sua cultura, em cujo centro está a moralidade de um grupo em detrimento de outro; isso implica que aprender é possível se o aprendizado não está mexendo em feridas demasiado estratificadas dentro da pessoa. Isso pode significar que não se aprende nada muito diferente daquilo a que a pessoa simplesmente está pronta para aprender; é como se houvesse uma “genética” um “gene” para o conhecimento pessoal, uma marca pessoal, que permite um conhecimento específico e não conhecimentos contraditórios entre si. É necessário trazer, de passagem, o conceito de Perene Coerência Emocional do Ser Humano3, questão já levantada em outra obra, em que o ser humano é sempre coerente consigo mesmo, fazendo uma filtragem de todos os dados do mundo, deixando que o penetrem apenas aqueles que fazem sentido para suas vivências, para sua personalidade. Quero dizer que o ser humano aprende só o que tem potencial para aprender.
Além disso, o abandono do esforço de conhecimento assim que a pessoa conhece o seu objetivo, só deveria valer para os resultados religiosos bramânicos. O leitor deve cuidar para que não se confunda com a maneira ocidental de ver o assunto; pois quem abandona os estudos só porque atingiu algum resultado intelectual, poderá inaugurar a mediocridade. Isso valerá especialmente para os estudos técnicos, mas que se pense nos estudos da própria maneira de ser, devendo continuá-los por toda a vida, que é dinâmica, por sinal - pois somos dinâmicos - se nos apresentando diferente a cada dia que passa, pedindo um quinhão de cuidados diários.
Vale dizer que é muito comum no ocidente um tipo especial de abhyasa - a análise pessoal empreendida pelas Psicanálises, as Terapias Cognitivas e Terapias Fenomenológico/existenciais entre as muitas existentes. Podemos nos referir também ao que chamamos de uma análise organísmica das vivências pessoais4, uma proposta analítica que venho perlaborando dentro do mundo psi fazendo uma intersecção de Sartre com Winnicott (o primeiro um filósofo existencialista e o segundo um psicanalista de influência freudiana).
____________________________
1 Encerrei em 2002 essa longa pesquisa dentro corpo doutrinal indiano e atualmente tenho me dedicado aos consultórios psicológicos em S. Paulo - SP e Pouso Alegre - MG. Os textos produzidos nessa época (a maioria entre 1990 e 2000), serão localizados em http://www.levileonel.blogspot.com/ junto com esboços de textos, fragmentos de pensamentos a trabalhar oportunamente. Manterei a forma original, mesmo naqueles casos em que não concordo mais com meu próprio pensamento, em respeito aos antigos alunos, terapeutas e preletores, alguns vivendo fora do circuito acadêmico, que continuam atuando com a TS, atendendo o método. Quando acho que é o caso, publicarei em separata, uma retificação do que penso ser mais adequado para o atual estágio de estudos em que me localizo. O nome Samkhya se deveu às minhas principais fontes de inspiração na pesquisa dos textos clássicos indianos de Kápilavastu, um dos maiores pensadores da Índia clássica. Seu sistema está por trás (embora adaptado) da Terapêutica Samkhya, que por sua vez usei para estruturar as terapias Sparsha (massagem indiana) e Sádhana (disciplinas físicas) terapêuticas ao mesmo tempo psicocorporal e analítica, envolvendo conhecimentos de acupuntura indiana, massagem, exercícios meditacionais, naturoterapia e psicologia e que fazem parte das atuais VIVÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO EXISTENCIAL (Veja postagem do dia 29/06/09).
2 Organísmico significa totalidade, onitude, holístico, inteiro. Não no sentido de não-dividido, mas no sentido de um conjunto de fragmentos.
3 Em outros textos do blog entrarei em detalhes a respeito deste conceito.
4Atualmente EXISTENCIANÁLISE (veja nota 1).

VEJA TAMBÉM BLOG SOBRE O COTIDIANO NA SERRA DO CERVO http://www.avidanaserradocervo.blogspot.com

sábado, junho 27

Psicologia como profissão!

Acabo de sair do Conselho de Psicologia de Minas Gerais - Regional Sul de Minas. É minha primeira reunião com eles desde que interrompi minha estada em E. S. do Dourado. em novembro de 2006, para ir ao sul. A impressão foi boa, confortável - Rodrigo e Anselmo, vindos de BH, por exemplo, se apresentaram preparados, consistentes e, o que foi mais animador, dado ao espinhoso do tema, convictos e apaixonados. Além de tudo me senti acolhido, o que não é pouca coisa, no meio de sessenta pessoas, fora organizadores.
Em dado momento Anselmo nos provoca, para encerrar: Qual a tecnologia de trabalho do psicólogo? Fiquei pensando que muitas profissões tem suas tecnologias de trabalho muito bem delineadas e a sociedade sabe até decor algumas delas. Mas qual a tecnologia do psicólogo? Seriam os testes psicológicos, psicotécnicos...?
No meio de meu pensamento, ele refaz a pergunta. Fiquei lá tentando rever as tecnologias de algumas outras profissões e ele interrompeu meu pensamento com a resposta mais razoável que eu poderia querer ouvir: "Sua tecnologia é a do laço social!" Bingo! Exato! Resta-me analisar se no meu dia a dia de psicólogo realizo laços sociais onde não os encontro e os fortaleço onde já são realidade - e isso implica algo além do treino, comportamento... Volto a isso, oportunamente. Agora preciso voltar para a serra. Amanhã estamos convidados a assitir o jogo do Brasil contra os EUA na casa de Zé Maria e Amanda! Levarei uma Lua Nova e Vania um pudim...

terça-feira, junho 23

MAIS UMA VEZ: VIVÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO EXISTENCIAL




Outro dia falei das Vivências de Integração Existencial. Pois é, devido ao afluxo de pessoas que se interessam pelo assunto, pelo trabalho e pela teoria, repito a postagem lembrando que alguns detalhes se aperfeiçoaram... No site http://www.levileonel.com.br/ você poderá encontrar texto ampliado sobre a teoria.


VIVÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO EXISTENCIAL - RESUMO DO PER(CURSO)
Levi Leonel apresenta uma vivência que mescla arte de existir, escultura de si mesmo, cura do mundo pessoal, estética existencial, experiência dos meandros do eu, conhecimento da história familiar por trás do projeto inconsciente que molda o existir, técnicas de si extraídas da cultura indiana, chinesa e grega; tudo isso para provocar uma CULTURA DE SI – percepção da existência por meio de uma arte de viver EXISTENCIAL. Essa cultura existencial, tem como base a compreensão da angústia existencial crônica e sua deflação, causando, com isso, liberdade, expansão da consciência de ser n(o) mundo, saúde existencial. Para isso usa o conceito de corpo existencial – um corpo que não é carne, mas sim, discurso, disso resultando uma convivência pacífica, responsável e criativa com o corpo.
Os meios: Oferecer intenso trabalho de vivências de integração pessoal onde serão realizadas análises psicocorporais, análise existencial, psicodiagnósticos por meio da arte em terapia (desenhos) e o MRD – Método de Redução das Defesas psicológicas, trabalho de interpretação de sonhos, criado especialmente para essas vivências.
A quem se dirige: A toda e qualquer pessoa que tenha mais de 16 anos e que esteja em situações de tensão crônica (stress), desestabilização emocional, insegurança pessoal, exaustão psíquica, desmotivação, depressão, embotamento intelectual, adoecimento psicossomático sem diagnóstico médico preciso.
Principal objetivo: Expansão da cultura de si (existencial), pela análise do viver. Objetivos coadjuvantes: Aumento da agudez da atenção, fluidez mental, tranqüilidade, relaxamento, estado de bem estar geral e a desaceleração de ritmo pessoal, visando diminuir a tensão crônica advinda de excesso de trabalho ou distúrbios de relacionamento pessoal afetivo e com os meios sociais.
Objetivos possíveis, em situação de tratamento com acompanhamento médico: Excelente auxílio na curas de alergias, asma, bronquite, tensão arterial e outros males de origem psicossomática, transtornos de medo e fobias específicas. É, ainda, útil em acompanhamento existencial em oncologia.
As técnicas de si: Sessões de Consulta Analítica – um método de sessão terapêutica que envolve análise dos caminhos pessoais, com o auxílio da MRD – Método de Redução das Defesas psicológicas, por meio de orientação intensiva de devaneios orientados, produzindo sonhos em vigília – auxiliares dos sonhos noturnos que serão interpretados à luz do pensamento ocidental e oriental; meditações com desenhos geométricos, figuras simbólicas e fonemas organizadores do psiquismo; experiência com o mandala de areia; experiência com respirações e ritmo psíquico; cromoestimulação – as cores como referências de afetos e emoções; sessões de relaxamento das Nadis – condutos nervosos dos centros psíquicos; aprendizado de relaxamentos de minuto como auto-socorro; psicologia do alimento e do alimentar-se; experiência dos aspectos mais sensíveis da corporalidade (massagem, reflexologia e manipulação articular seguindo os condutos energéticos); desobstrução e dinamização das massas musculares enrijecidas; exercícios de consciência corporal; artes marciais – apenas para uso de saúde psíquica; uso de fonemas meditacionais; Shiva Nataraja Nyasa – técnica de movimentação do corpo para ganhar energia e motivação pessoal; Katusmudrá – técnica de fortalecimento e sensibilização da libido. E outras técnicas que serão acrescidas conforme as necessidades dos analisandos.
Investimento: 160 reais - sete horas e meia de carga horária. Dias: 04/07de 2009, sábado – das 14 às 18hs; e 05/07, domingo, das 09 às 13hs Local: NUT – Rua Fabrício Vampré, 148 – Vila Mariana – Próx. Ao metrô Ana Rosa.

ESTAREI A DISPOSIÇÃO PARA DÚVIDAS PONTUAIS NO DIA 30/06/2009, DAS 17:30H ATÉ AS 20:00H.

Saiba mais sobre Existencianálise: http://www.levileonel.com.br/
Sobre minha vida no Cervo: http://www.avidanaserradocervo.blogspot.com/

segunda-feira, junho 15

Teísmo, Deísmo, Panteísmo e Ateísmo!


O teísmo é uma doutrina comum ao monoteísmo (catolicismo, judaísmo e islamismo), que se opõe ao deísmo e ao ateísmo, apegada à idéia de fideísmo, o que significa afirmar a existência de um único deus de caráter pessoal e transcendente, soberano do universo e em intercâmbio com suas criaturas. Genericamente significa a crença em um único deus (daí o “d” maiúsculo), mas crença fora da razão (irracional?), centrada na fé, numa teologia natural, isto é, que este Deus teria realidade, mas que não poderia ter nenhuma determinação pelo conhecimento ou razão. É um aspecto fundamental do espiritualismo (ou personalismo) ou pessoalismo de um único deus – deus como uma pessoa, porém mais elevado que o homem. Haveria, ainda, uma relação de interioridade deste deus com suas criaturas, no sentido de que ele conheceria e se relacionaria com o criado por ele. O teísmo acredita na revelação e não na razão, num “Deus vivo” (Kant, Crítica do juízo, § 72). Atualmente o teísmo é o núcleo do espiritualismo tanto na reação dos espiritualistas contra o idealismo romantismo, cuja essência é panteísta (aquele que crê na necessidade da relação entre deus e o mundo, embora alguns panteístas não aceitem essa relação). Também o teísmo contemporâneo se formou a partir de uma recusa do hegelianismo clássico e o positivismo, bem como ao neo-idealismo romântico dos primeiros anos do século passado (Inglaterra, Itália e EUA). Deste último, o espiritualismo contemporâneo reteve muito de sua agenda de valores. Como o teísmo é a crença num deus pessoal, causa do mundo, ele acredita ter a chave para determinar por analogia a natureza de deus, isto é, dando-lhe qualidades super-antropomórficas – se o homem ama, deus ama de modo absoluto o mesmo amor dos homens, e assim por diante. Em resumo, é a crença em um deus pessoal, único, e causa primeira e transcendente do mundo.

O deísmo é a doutrina religiosa que aceita a existência de um deus como Ser supremo com atributos indeterminados e que se opõem ao Deus pessoal, historicamente revelado, dos teístas. No século XVIII eram enciclopedistas muitas vezes acusados de ateísmo (ateus disfarçados de teístas). O deísta usa a razão para falar de uma teologia transcendente, mas cuja natureza será sempre desconhecida. Sua compreensão de um deus nada tem de revelado e é um ato da razão – considera a razão como a única via capaz de assegurar da existência de deus, rejeitando para tal fim o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada ou o princípio de autoridade em matéria religiosa – que algum papa ou ser especial possa representar este deus. Para o deísta esta razão, particularmente apoiada na idéia de desígnio, sozinha – sem apelar para revelação, dogma, relação sobrenatural com a divindade, súplicas e orações – dá conta de conceber e dar corpo a divindade. Significa, entre muitos sentidos, que um deus-causa-primeira teria criado o universo, as leis inalteráveis que o governam, mas distinguindo-se e transcendendo totalmente de sua criação (não é pessoal). A razão deve interpretar as Escrituras, pois nela não há mistérios – o racional confirma a fé, onde a ordem e a determinação do mundo são estabelecidas no princípio de sua criação e a mais alta finalidade do homem é cumprir as leis naturais criadas por este deus. O deísmo é sempre uma concepção filosófica (não revelada) de um deus, centrando-se apenas na existência de um deus, a imortalidade da alma e a regra do dever. Em geral este não crê em um deus que possa intervir nos assuntos humanos, por isso os teístas os consideram, muitas vezes, ateístas. Fazendo parte do Iluminismo francês, italiano e alemão, o deísmo não aceita nada de irracional (racional aqui, o de Locke), e reduzem o conceito de deus às características que lhe podem ser atribuídas pela razão, o que fez com que os teístas acusassem o deísmo de ser um ateísmo. Veja que Diderot asseverou que um deísta é alguém que ainda não viveu o tempo suficiente para se tornar ateu.
Ateísmo é a atitude que consiste em negar a existência de uma divindade, seja qual for a forma, incluindo a forma de deus (com “d” maiúsculo), panteísmo ou entidade sobrenatural. Embora não seja sistematizado, nem tenha um discurso fundador como manda o figurino das doutrinas, podemos dizer que é a filosofia dos que não sentem a necessidade de uma via da causalidade divina (uma personalidade que cuida de dar sentido ao mundo ou de uma razão de além-mundo para a existência humana). Também não aceitam explicações regressivas ahistóricas para a vida humana ou uma finalidade da humanidade. Já Pascal, ele mesmo um espiritualista, cobra dos ateus que eles devem “dizer coisas perfeitamente claras” (em seu Pensamento). Pois é disso que se ocupam os ateístas – dizer de modo não obscuro a gênese de sua vida. Vivendo na certeza de que não há divindade, o ateísta não espera qualquer atuação do sobrenatural sobre sua vida, mas não no sentido deísta – onde um deus não tem qualquer eficácia sobre as ações humanas, mas definitivamente existe. O sobrenatural, para o ateísta, inexiste. Marx: “O ateísmo é uma negação de Deus e por esta negação ele coloca a existência do homem.” (Manuscritos de 1844, p. 99, Editions Sociales). Platão, em seu livro X das Leis, considerou que é ateísmo: a negação da divindade (materialismo) onde a natureza precede a alma (a opinião, o intelecto, a arte e a lei), entendendo-a como a única forma de materialismo filosófico, sendo que o ceticismo, o pessimismo e o panteísmo seriam as filosofias materialistas mais sistematizadas; crença que a divindade existe, mas que não cuida da vida humana ou do mundo, pouco difundida; crença que a divindade pode ser seduzida por oferendas e doações ou sacrifícios, considerando-a a pior forma de ateísmo, pois colocam seu deus no mesmo nível dos cães, que amansados com presentes, permitem que os ladrões levem as ovelhas do campo. É uma crença bastante difundida entre cristãos católicos e seitas que tem como base as entidades sobrenaturais. São as oferendas de palavras, incensos, imagens, presentes de fé, promessas etc.
Na terça que vem continuo...

segunda-feira, junho 8

O discurso encarnado: ou a passagem da carne ao corpo-discurso


G. Agamben em seu Estado de Exceção (2004, Boi Tempo, p. 132,133): “Se é verdade que a articulação entre vida e direito, anomia e nomos produzida pelo estado de exceção é eficaz, mas fictícia, não se pode, porém, extrair disso a consequência de que, além ou aquém dos dispositivos jurídicos, se abra em algum lugar um acesso imediato àquilo de que representam a fratura e, ao mesmo tempo, a impossível recomposição. Não existem, primeiro, a vida como dado biológico natural e a anomia como estado de natureza e, depois, sua implicação no direito por meio do estado de exceção. Ao contrário, a própria possibilidade de distinguir entre vida e direito, anomia e nomos coincide com sua articulação na máquina biopolítica. A vida pura e simples é um produto da máquina e não algo que preexiste a ela, assim como o direito não tem nenhum fundamento na natureza ou no espírito divino”. Em certos momentos de minha dissertação (O discurso encarnado: ou a passagem da carne ao corpo-discurso) pensei, pelo menos teoricamente, em fazer uma espécie de caminho que iria da “vida pura e simples” (biológico, anomia), a carne, no meu dizer; a um corpo que seria apenas discurso. Pelo simples fato de eu colocar o termo “passagem”, por mais que tenha tentado desmontar esse princípio vital que passa a ser um corpo que é discurso, acabou por implicar um antes e um depois. Com o correr do trabalho me dei conta de que tudo ao meu alcance, fora feito, com o fim de evitar esses dois tempos do corpo. A tática foi admiti-los separados pra depois desconstruir essa temporalidade, mas o resultado demonstrou não ser o suficiente. O problema é o mesmo apresentado por Agamben – ele se preocupando com “vida e direito” e eu com a carne e o corpo. No doutorado pretendo dar seguimento as essas considerações e reconsiderações...

quarta-feira, junho 3

VIVÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO EXISTENCIAL


Pois é, depois de muito pensar, vou oferecer o trabalho de EXISTENCIANÁLISE na sua forma vivencial, tanto em São Paulo quanto em Pouso Alegre, cidade ladeada pela Serra do Cervo. Ficará mais ou menos assim, em resumo. No site http://www.levileonel.com.br/ você poderá encontrar texto ampliado sobre a teoria.


VIVÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO EXISTENCIAL - RESUMO DO PER(CURSO)

Levi Leonel apresenta uma vivência que mescla arte de existir, escultura de si mesmo, cura do mundo pessoal, estética existencial, experiência dos meandros do eu, conhecimento da história familiar por trás do projeto inconsciente que molda o existir, técnicas de si extraídas da cultura indiana, chinesa e grega; tudo isso para provocar uma CULTURA DE SI – percepção da existência por meio de uma arte de viver EXISTENCIAL. Essa cultura existencial, tem como base a compreensão da angústia existencial crônica e sua deflação, causando, com isso, liberdade, expansão da consciência de ser n(o) mundo, saúde existencial. Para isso usa o conceito de corpo existencial – um corpo que não é carne, mas sim, discurso, disso resultando uma convivência pacífica, responsável e criativa com o corpo.


Os meios: Oferecer intenso trabalho de vivências de integração pessoal onde serão realizadas análises psicocorporais, análise existencial, psicodiagnósticos por meio da arte em terapia (desenhos) e o MRD – Método de Redução das Defesas psicológicas, trabalho de interpretação de sonhos, criado especialmente para essas vivências.

A quem se dirige: A toda e qualquer pessoa que tenha mais de 16 anos e que esteja em situações de tensão crônica (stress), desestabilização emocional, insegurança pessoal, exaustão psíquica, desmotivação, depressão, embotamento intelectual, adoecimento psicossomático sem diagnóstico médico preciso.

Principal objetivo: Expansão da cultura de si (existencial), pela análise do viver.
Objetivos coadjuvantes: Aumento da agudez da atenção, fluidez mental, tranqüilidade, relaxamento, estado de bem estar geral e a desaceleração de ritmo pessoal, visando diminuir a tensão crônica advinda de excesso de trabalho ou distúrbios de relacionamento pessoal afetivo e com os meios sociais.

Objetivos possíveis, em situação de tratamento com acompanhamento médico: Excelente auxílio na curas de alergias, asma, bronquite, tensão arterial e outros males de origem psicossomática, transtornos de medo e fobias específicas. É, ainda, útil em acompanhamento existencial em oncologia.

As técnicas de si: Sessões de Consulta Analítica – um método de sessão terapêutica que envolve análise dos caminhos pessoais, com o auxílio da MRD – Método de Redução das Defesas psicológicas, por meio de orientação intensiva de devaneios orientados, produzindo sonhos em vigília – auxiliares dos sonhos noturnos que serão interpretados à luz do pensamento ocidental e oriental; meditações com desenhos geométricos, figuras simbólicas e fonemas organizadores do psiquismo; experiência com o mandala de areia; experiência com respirações e ritmo psíquico; cromoestimulação – as cores como referências de afetos e emoções; sessões de relaxamento das Nadis – condutos nervosos dos centros psíquicos; aprendizado de relaxamentos de minuto como auto-socorro; psicologia do alimento e do alimentar-se; experiência dos aspectos mais sensíveis da corporalidade (massagem, reflexologia e manipulação articular seguindo os condutos energéticos); desobstrução e dinamização das massas musculares enrijecidas; exercícios de consciência corporal; artes marciais – apenas para uso de saúde psíquica; uso de fonemas meditacionais; Shiva Nataraja Nyasa – técnica de movimentação do corpo para ganhar energia e motivação pessoal; Katusmudrá – técnica de fortalecimento e sensibilização da libido. E outras técnicas que serão acrescidas conforme as necessidades dos analisandos.

Investimento: 160 reais - sete horas e meia de carga horária.
Dias: 04/07de 2009, sábado – das 14 às 18hs; e 05/07, domingo, das 09 às 13hs
Local: NUT – Rua Fabrício Vampré, 148 – Vila Mariana – Próx. Ao metrô Ana Rosa.
ESTAREI A DISPOSIÇÃO PARA DÚVIDAS PONTUAIS NO DIA 30/06/2009, DAS 17:30H ATÉ AS 20:00H.

Saiba mais sobre Existencianálise: http://www.levileonel.com.br/

FREUD - GRUPO DE ESTUDOS

  1 – Dos livros: vamos ler a publicação das “Obras Completas de Freud", da Companhia das Letras, tradução do alemão, que por sua vez, ...