terça-feira, dezembro 15

O espelho sem aço!

Seis da manhã. Espelho feminino em uma das mãos,  o homem olha para os vincos no rosto. Semblante sombrio. Traz na outra mão um papel amassado com algumas linhas manuscritas. Está em pé no parapeito do Viaduto do Chá. Olha para o asfalto lá embaixo e uma certeza lhe atravessa o corpo. Com método deixa cair o espelho, depois o pequeno bolo de papel, que encerram seu destino na dureza do chão. Um carro estilhaça o espelho, outro amassa o papel. O homem vira-se de costas, pula do parapeito e anda em direção ao Teatro Municipal. O rosto mais vincado ainda...

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