sexta-feira, fevereiro 12

Marcelle, Mathieu e os caminhos da liberdade (Sartre, 1945)!

Mathieu é daqueles que não se arriscaria a uma mentira mesmo que para isso tivesse que recusar a mais bela aventura do mundo. Seu medo louco de se iludir, do auto-engano, estava diretamente ligado ao amor que sentia por Marcelle. Na verdade era o sentido profundo daquele amor que só se dava na inteira lucidez. Clareza que se sustinha no sentimento de ser sua companheira, testemunha e juízo. Convencido de que ao mentir para Marcelle, estaria mentindo para si próprio, Mathieu se via juntado a ela como um corpo só.
Mas, naquele dia, após Marcelle abrir a porta de seu quarto para que ele entrasse, com seus sapatos numa das mãos, evitando acordar sua mãe, sua habilidade em perceber segredos lhe indicou algo fora dos eixos. Será que Marcelle teria quebrado o contrato de honestidade total?
- Que é que há? - perguntou em voz baixa.
- Nada - respondeu Marcelle, igualmente em voz baixa.

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